O que é a arte?

Essa foi uma palestra proferida no DLA-UFV pela professora Elaine, baseada nos livros O uso e o aburo da arte de Jacques Barzun e MNEMOSYNE de Mário Praz.

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Arte foi religião, destruidora (revolucionária) e teve papel didático. Nos duzentos últimos anos, estamos vendo a arte em dois momentos que, para mim, se cruzam: no domínio da ciência no modo como tentamos explicar o universo e o que se produz num vazio de crenças, ou seja, o mundo e hoje. Nosso apego particular a certos aspectos da arte nos torna vagos e casuais quando nos referimos a ela de um modo geral. Da mesma maneira que nos referimos à ciência ou tecnologia, ou governo ou religião, não especificamos o tipo de religião, governo ou direção da ciência ou tecnologia.


Basquiat

Não atribuímos valor ou prejuízos quando discutimos os predicados sociais ou morais do mundo de hoje. No entanto, arte é uma grande instituição, com alta consciência dela mesma como interesse. É uma instituição e uma instituição sem teoria. Os artistas, os consumidores, os críticos, os homens simples estão contentes em defenderem-se, cada um no seu setor, como partido ou como pessoa.

A premissa de que “cada um dever ser do seu próprio tempo”deixa-nos a pergunta: Qual a essência do nosso tempo? Revolução, reação, abandono, escape, indiferença?


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Embora os artistas e produtores ainda deplorem a “falta de apoio para as artes”, houve e há uma tolerância para a receptividade da arte e, ao mesmo tempo, é um desafiador anti-exemplo na história da nossa civilização, pois nossa arte refuta, de várias maneiras, a trilhar o mesmo caminho da arte antiga.
A arte precisa formar as mentes e emoções do homem. Pode ampliar ou trivializar a imaginação. Se pode fazer tanto, ela afeta o tecido social, assim como as vidas individuais, para o bem e para o mal. Para isso, precisa-se determinar o que a sua atmosfera gera.


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A influencia da arte, devo lembrar, tem sido ampliada nos últimos anos pela atenção que damos às palavras impressas e faladas. A instituição (arte) como um todo, não tem teoria, mas uma grande quantidade de crenças cercadas pela produção e atuação da arte.
Enquanto alguns dizem que grandes nações devem fazer grande arte, os artistas procedem de maneira que, nós não temos importância, a não ser que sejamos artistas. Mas a arte não pode se divorciar da sua significância moral e social.

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O poeta russo YEVTUSHENKO escreveu:
“.... arte genuína não pode ser anti-povo. Entretanto, a arte genuína deve, no meu ponto de vista, ser anti-burocrática, anti-gangster, anti-violência.”

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Depois da arte ser considerada como educadora, transformadora, e outros papéis, onde havia uma coerência no papel desenvolvido junto à sociedade, presenciamos a arte assumir, ultimamente, dois momentos distintos: arte como ciência e a arte como produto de um momento de descrença, nela mesma e no novo homem.

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Continua essa semana. Acompanhe!

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