A conexão entre religião e ação social é muito antiga e a transição da religião para ciência tem sido familiar para nossas mentes, desde as grandes batalhas intelectuais do século XIX, como Positivismo e Darwinismo
Na mente do público, e muitos cientistas, o papel da ciência é complementar o universo de forma total.
Blake, Woodsworth e Vitor Hugo – nomeando somente grandes poetas – deixaram grandes obras, que ainda hoje ocupam os acadêmicos num esforço para reduzir a visão deles num sistema inteligível.
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Cena do filme Metropolis |
Mallarmé, nos seus vinte – trinta anos, após um contato muito útil com a filosofia de Hegel, concebeu seu trabalho como o casamento da poesia com o universo. Disse que entre elas existia uma correlação íntima. Ele é somente um poeta e suas idéias não comprometem outros poetas e artistas. Mas suas idéias representam a tentação que a ciência apresenta para os artistas. A questão é a determinação dos artistas modernos em concentrarem nas relações percebidas ou imaginadas – até a exclusão de qualquer outro programa moral, intelectual ou emocional.
Arte e ciência parecem um com outro ou têm, então, convidado seus usuários, a protagonizarem um poder não usual – contemplação sem representação.Alguns artistas batizam suas obras como escultura: Inovação 23, um evento de dança de Evento 66, corrompendo mesmo a palavra ao batizarem um monte de concreto como Cimentações.
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Cena do filme Metropolis |
Títulos misteriosos, além da Geometria ou Aceleração Óptica, são colocados em objetos simples, para levar ao encantamento da técnica.
Consideremos sob tal prisma outro exemplo de distorção acerca da arte e opinião sobre arte, por uma idéia sem ser examinada (pensada), também emprestada do setor científico: funcionalismo na arquitetura.
Podemos ter em mente o pseudo-modelo de FUNCIONALISMO, que pertence a máquina e que tem funções específicas. Arte e arquitetura têm muitas funções e nenhuma. Depende das circunstâncias. Quando muitas funções estão implícitas num edifício (hospital pode ser um exemplo), qual função deve ser a predominante? Pacientes, Médicos, Visitantes ou o staff?
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Cena do filme Metropolis |
Citando Corbusier, com a sua “máquina de morar”, uma casa tem necessidades contraditórias. Funcionalismo, se estritamente oferecido como solução, é somente um falso rigor macaqueado da ciência.
O que falta às pessoas que têm mentes privilegiadas para a tridimensionalidade é a inconseqüência em pensar fertilmente nas imagens impulsionadas pelo desejo de resolver um problema. É necessário testar parte dos pensamentos, com antecedentes, fontes e opostos.
Idéias sem raízes na imaginação e sem força (poder) juntas com outras idéias não são mais do que brinquedos atrativos, especialmente quando brilham com a autoridade da ciência.
Um dos equívocos é também o papel exercido pela crítica, que analisa dentro de jargões pretensiosos, isto é, o crítico quer fazer com a obra de arte trabalho que o cientista faz com o cosmos – exibe sua estrutura. Nas artes figurativas, análises críticas sofrem da diversidade dos termos e falta de solidez e fixidez.
Um exemplo, de 1920, os comentários interpolados sobre a obra de Henri Rousseau – Doaunier. Para Rousseau, uma pintura era uma superfície primária na qual ele colocava fisicamente como um meio para a projeção do seu pensamento – tradução: Rousseau queria pintar sobre a tela.
...Mas seu pensamento consistia exclusivamente de elementos plásticos. Enquanto estrutura e composição constituía a base, a substância pictórica era distribuída gradualmente enquanto a execução progredia – tradução: ele pintava enquanto pintava, pois ninguém consegue cobrir a tela toda com uma só pincelada.
É a imaginação trivializada que transforma uma área de estar em “living área”.
A última palavra deveria ser: mistério. Mas que isso não impeça-nos de lidar com ela como se entendêssemos mais do que podemos.Arte é uma vasta energia, mas o uso dela não está além do nosso controle.
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